Em 5 anos, dobraram a quantidade de estudantes estrangeiros em universidade de Uberlândia
segunda-feira, 4 de março de 2013A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem se firmado como destino de estudantes estrangeiros. Em cinco anos, o número de intercambistas que chegam aos campi da instituição mais que dobrou, passando de 40 para 84, ou seja, aumento de 110%. No mesmo período, o movimento inverso e já tradicional de estudantes da UFU em universidades de outros países cresceu ainda mais (205), sendo 91 em 2009 e 310 hoje.
Segundo a diretora da Diretoria de Relações Internacionais da UFU (DRII), Raquel Santini Leandro Rade, os fatores que contribuíram para a evolução desses números foram o fortalecimento de programas de mobilidade acadêmica e de concessão de duplos diplomas e a participação da instituição em missões internacionais dos Ministérios da Educação e das Relações Exteriores. Só no ano passado, havia 152 convênios com universidades de 29 países.
“A procura de estrangeiros pela UFU tem aumentado. Para nossa surpresa, estamos tendo muitos alunos da Europa e recebendo de países que nunca achamos que poderíamos receber”, disse. Hoje, a maior parte dos estrangeiros na UFU veio da França, de Cabo Verde e de Angola. Portugal e França são os mais procurados pelos estudantes da instituição.
Ainda de acordo com Raquel Rade, esse quadro de internacionalização, que se repete nas demais universidades federais, se intensificou há cerca de oito anos, acompanhando o desenvolvimento econômico do país. “Nesse tempo, a UFU foi uma das que mais cresceram internacionalmente.”
Dentre as vantagens dos intercâmbios, a diretora da DRII aponta a apresentação do currículo da UFU aos outros países. “A ida de nossos estudantes tem permitido o Brasil ser descoberto pela área tecnológica. E a vinda dos estrangeiros é uma maneira de mostrar o que é feito aqui. Hoje, são as universidades de fora que nos procuram para assinar acordos”, afirmou. Outro benefício apontado são as referências quanto ao que é preciso melhorar. “Ouvimos as críticas dos nossos estudantes quando retornam”, afirmou Raquel Rade.
Africanos buscam chance de crescimento
Vir para o Brasil e estudar na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) representa para os estudantes Abiola Akandé Yayi, do Benim, e Daniel Ukundji Lomengo, do Congo, uma oportunidade de crescimento e de melhores empregos, especialmente quando retornarem à África. Os dois vieram cursar toda a graduação na UFU, por meio do Programa Estudante de Graduação (PEC-G), e têm o francês como primeira língua.
“Vir para cá foi positivo em muitos pontos. Além de aprender o idioma, despertou um espírito crítico para avaliar o que tem de bom aqui e que eu posso levar para lá, e também o contrário”, disse Abiola Yayi, de 25 anos, que cursa Arquitetura e está em Uberlândia desde 2010.
Daniel Lomengo, de 24 anos, cursa Design de Interiores desde o início do ano passado. Para ele, apesar da saudade do país natal, descobrir uma nova cultura e uma profissão tem feito valer a pena a temporada no Brasil.
Diretora vê vantagens na experiência
Estudar fora do país gera crescimento intelectual e pessoal aos universitários, segundo a diretora da Diretoria de Relações Internacionais da UFU (DRII), Raquel Santini Leandro Rade.
“Eles voltam mais independentes e apuram o senso crítico. Sabem no que precisamos melhorar e no que somos exemplo”, afirmou.
A estudante de Medicina Veterinária Samyla de Almeida, de 24 anos, está na França desde julho de 2012 e fez uma triagem entre os pontos fortes e fracos da UFU e da atual universidade da cidade Uberlândia para conseguir aproveitar melhor o ano fora.
Barbara Rodrigues Junqueira, de 23 anos, também conseguiu ter, em outro país, uma experiência que não conseguiria na UFU. No ano que passou no Canadá, a estudante de Agronomia pôde trabalhar com um equipamento de análise de solo que ainda é raro no Brasil. “É uma experiência única ter oportunidade de fazer pesquisa fora do país.”
Fonte: Correio de Uberlândia