Projetos de responsabilidade ambiental de duas empresas de Uberlândia foram destaque no 2º Prêmio Sebrae-MG de Práticas Sustentáveis, divulgado no dia 31 de outubro, na cidade de Belo Horizonte. A Bom Jesus Extração Mineral, localizada no bairro Tibery, e a PGM Sistemas, instalada no bairro Santa Maria, se sobressaíram entre 93 empresas inscritas. Seis empresas foram destaque no Estado, das quais, quatro são do Triângulo Mineiro. Entre os critérios de seleção foram avaliadas práticas diferenciadas na gestão de resíduos, recursos hídricos, eficiência energética e controle de qualidade do ar.

Com 45 anos de atuação e líder no segmento de materiais básicos para a construção civil como areia, terra, cascalho, brita e massa para assentar e rebocar tijolos, a Bom Jesus foi premiada pelo projeto que utiliza resíduos da construção para recompor áreas degradadas.

Segundo a consultora em planejamento de marcado da empresa, Roberta Pannisi, oito colaboradores fazem a separação do material recolhido pelas caçambas. “Os resíduos são prensados e levados para áreas urbanas e rurais. Com o solo recuperado, é feito o plantio de mudas do cerrado”, afirmou a consultora.

O processo, desenvolvido desde 2004, além de gerar emprego, contribui para a diminuição do volume de lixo descartado no aterro sanitário. De acordo com Roberta Pannisi, a área destinada aos resíduos da construção civil já não comporta o total recolhido. No início das atividades eram 20 caçambas. Hoje, a empresa tem 600 caçambas para locação. “Em 2013, os materiais recolhidos serão levados para um terreno maior, no Distrito Industrial”, disse.

Premiada pela primeira vez no quesito sustentabilidade, a Bom Jesus Extração Mineral é destaque no mercado também pelo tamanho da frota – são 53 veículos entre carretas, caminhões e pás carregadoras.

A área de atuação da empresa também está sendo expandida, já que agora atende também ao mercado de Goiânia. “O reconhecimento com o Prêmio Sebrae-MG nos estimula a aperfeiçoar ainda mais o processo que ainda tem muito a evoluir”, disse o gestor da empresa, João Gilberto Resende de Miranda.

A PGM Sistemas, que atua no mercado de sistemas de gestão empresarial, também foi destaque no 2º Prêmio Sebrae-MG de Práticas Sustentáveis. O reconhecimento foi em função de uma estrutura que transforma a energia solar em energia elétrica, por meio de 28 placas fotovoltaicas instaladas no prédio da empresa. O projeto foi idealizado pelo proprietário da PGM, Gilberto Santos de Moura, de 55 anos. “O objetivo foi fazer a minha parte em relação à economia de energia”, disse.

Com 25 anos de atuação, a empresa tem hoje 55 funcionários, mais de 1,2 mil clientes em Uberlândia e está presente em dez estados. Há três anos, transferiu a sede para a avenida Rondon Pacheco, região central de Uberlândia.

Na mudança, um espaço foi reservado para a instalação do sistema, que foi colocado em funcionamento neste ano. O projeto visto por Gilberto Moura na Europa é pioneiro no país, segundo ele. “Inicialmente, não consegui mão de obra para a instalação. Anos depois, conheci uma pessoa que tem doutorado no assunto e conseguiu colocar em prática”, afirmou o empresário.

Sistema pioneiro custou R$ 90 mil

O pioneirismo tornou o valor de instalação do sistema elevado. O investimento foi de R$ 90 mil. As placas foram importadas dos Estados Unidos, enquanto os dois conversores que transformam a energia solar em elétrica foram comprados na Noruega. “Hoje, 80% da energia consumida pela empresa é produzida pelos inversores. O retorno deve vir daqui a nove anos. A intenção agora é servir de exemplo para outras empresas desenvolverem ações como esta”, disse o diretor administrativo da empresa, Vitor Moura.

Por meio de um software é feito o monitoramento da energia produzida. Diariamente, a média corresponde a uma economia de R$ 40. Como a energia produzida por meio das placas fotovoltaicas é utilizada imediatamente, após o meio-dia de sábado, no domingo e feriados, quando a empresa não está funcionando, a energia produzida é enviada para a rede de transmissão da Cemig. O projeto também servirá de estudo. Segundo Vitor Moura, um minicurso sobre a tecnologia empregada no sistema será feito com os alunos do curso de Engenharia Elétrica Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ações agregam valor à marca

Agregar valor à marca por meio de projetos de responsabilidade ambiental e social é uma das estratégias da Bom Jesus Extração Mineral que levaram a empresa ao reconhecimento pelo Sebrae-MG. A empresa também desenvolve outras ações como o sistema de direcionamento da frota, no qual um software define o menor percurso para o caminhão seguir. Dessa forma, há menos queima de combustível, economia e menor poluição ambiental.

Na linha de responsabilidade social, a empresa desenvolve o programa “Ser Tudo de Bom”, em que os funcionários doam horas trabalhadas ao fim do mês. O valor das horas é revertido em cestas básicas e caixas de leite, que são doadas a instituições de caridade de Uberlândia.

Fonte: Correio de Uberlândia